Políticos estariam envolvidos em negociação ilegal de terreno público,
diz MP. Duas pessoas estão foragidas, uma delas no exterior, diz capitão.
Oito
vereadores da Câmara Municipal de Rio Largo (AL) e dois empresários foram
presos, no começo da noite desta quinta-feira (17), durante uma operação
conjunta da Força Nacional com integrantes do Grupo Estadual de Combate às
Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público de Alagoas. Foram
cumpridos 12 dos 14 mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal de
Maceió.
Os vereadores presos são: Jefferson Alexandre (PP),
Reinaldo Cavalcante (PP), Ionaide Cardoso (PMDB), Aurízio Espiridião da Hora
(PP), Cícero Inácio Branco (PMDB) e Milton Pontes (PPS). Também foi preso o
suplente de vereador José Nilton Gomes de Souza - o Nilton da Farmácia (PSB) -
que assumiu o cargo em outubro de 2010, no lugar do vereador Jean Móveis (PRP),
e participou da votação que desapropriou o terreno por unanimidade.
Três vereadores não compareceram à sessão ordinária
da Câmara e não foram encontrados pela polícia, sendo considerados foragidos:
Luiz Felhipe Malta Buyers, o Lula Leão (PSB), que é presidente da Câmara,
Thales Luiz Peixoto Cavalcante, o Thales Diniz (PSB), 1º secretário da
Casa, e Maria das Graças Lins Calheiros (PMDB), que está de licença médica.
De acordo com o capitão Maurício Panisset,
comandante da Força Nacional na capital alagoana, sete dos vereadores foram
presos durante sessão na Câmara Municipal de Rio Largo. "Um acabou se
entregando depois da ação na câmara. Além deles, dois empresários foram presos
também. Um enquanto trabalhava e o outro em sua casa. Outros dois empresários
permanecem foragidos, sendo que um deles está fora do país."
Segundo
informações de um dos magistrados da 17ª Vara Criminal, que pede para o nome
não ser divulgado por razões de segurança, o grupo é acusado pelo Gecoc de
corrupção, fraude em licitação, desvio de verba pública e formação de quadrilha
durante a negociação de compra e venda de um terreno público desapropriado na
cidade. "O valor do terreno estava calculado em torno de R$ 30 milhões e
foi vendido por cerca de R$ 700 mil. Trata-se de uma área que pertencia a uma
usina falida e que foi desapropriada pelo município", disse Panisset.
A
investigação da promotoria identificou que o terreno seria usado para a
construção de um conjunto habitacional, sujo projeto teria sido aprovado pelos
vereadores da Câmara Municipal de Rio Largo. "Pelo visto, não haverá
sessão na câmara, porque todos os vereadores estão presos. Eles saíram do
prédio da câmara sob vaias e ovos. A população estava lá, indignada",
disse o capitão da Força Nacional.
Todos os presos foram levados para o Instituto de
Medicina Legal (IML) para exames de corpo de delito e deverão ser levados para
a Casa de Custódia em Maceió, onde devem permanecer à disposição da Justiça,
segundo a Força Nacional.
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